Somente agora que olhamos pelo retrovisor, enxergamos que em nossa época, era diferente. Mas era realmente diferente? Era realmente diferente! As brincadeiras eram sadias, não havia tanta corrupção, a droga que aterrorizava o mundo era a maconha. Tenho a impressão que até os bandidos não eram tão perigosos e violentos como os de hoje.
A cuba-libre era a bebida da moda e a luz negra fazia grande sucesso nos bailinhos(eram bailinhos sim , não baladas). Grandes bailes no Círculo Militar. Era possível caminhar durante a noite sem medo de não chegar vivo em casa. A Guarda Civil de São Pauo era respeitada por todos, e o mais importante, eram policiais educados e prestativos com a população. Imagina só: Jogava-se bola em plena rua Albuquerque-Lins, em pleno bairro de Santa Cecília.
A Praça Marechal Deodoro, era limpa, arborizada e aconchegante. As mães levavam seus filhos para lá. A "Casa Whisky", fabricava o melhor sorvete de São Paulo. O Circo Piolim normalmente erguia sua lona bem pertinho dalí. A Igreja Coração de Maria na rua Jaguaribe, era um dos pontos de encontro, onde depois de assistirmos às missas com o Padre Sirena, jogávamos bola na quadra da congregação.
A lanchonete Pistache da rua Martins Francisco inventava um tal lanche chamado X-Salada, que delícia! A vitrola eletrônica tocava a base de moedas depositadas no painel central. Os discos eram de vinil.
A bicicleta Monark era a preferida nas pedaladas domingueiras. O almoço do domingo era sagrado! Vamos ao restaurante Papai ou ao Gato Que Ri? Fusquinha 1959 com muito orgulho, lá ia a família Ronco. Dona Wilma ao volante. Mulher dirigindo em São Paulo? Eram poucas, dona Wilma era uma delas. Seu Vicente de passageiro eu e o Pedro Luiz no confortável banco traseiro.
Quantas vezes fomos ao Aeroporto tomar café! Mas que programa hein? Era realmente um bom programa! Avistar os pássaros de prata movidos a hélices era um verdadeiro espetáculo. Passear no centro da cidade era uma alegria. A Casa São Nicolau, dos brinquedos, o Mappin com suas vitrines enfeitadas, a Casa Manon, dos instrumentos musicais, a Tip-Top, das roupas infantis e tantas outras.
Cinemas eram tantos que havia a classificação deles nos principais jornais da cidade com todas as dicas dos filmes. Gostava muito do Mazaropi. Meus pais falavam do "E o Vento Levou". A inauguração do Cine Majestic foi um sucesso, tela maior com som nos quatro quadrantes. Bons tempos da TV Record e o fabuloso Show do Dia 7. E a jovem guarda? Os teatrinho infantis encantavam a todos. Que saudades do Teatro de Arena e do Tio Nico que avisava quando a peça era para nossa idade.
Continuo achando que em nossa época, era diferente! Havia mais respeito, mais amor, mais educação...cumprimentavá-nos uns aos outros sem receio de que alguém pudesse questionar o porque do cumprimento.
Assistir a um jogo de futebol no Pacaembú era também um programa seguro. Sentar-se ao lado do torcedor adversário era comum, não havia "as organizadas". Entravámos e saíamos pelos mesmos portões. Subíamos a escadaria da rua avaré, lado a lado, sem qualquer problema.
Nos carnavais, a lança-perfume tinha outra finalidade, o liquido geladinho e perfumado ajudava na paquera, a cada jato acionado.
As férias escolares eram esperadas com muita ansiedade. Trinta dias na Fazenda Guatapará. O duro era a volta às aulas. Se as notas nos boletins fossem boas, as férias seguintes estariam garantidas. O respeito dos alunos aos professores era algo marcante. Nunca presenciei um desacato de aluno a qualquer professor. Em épocas festivas, levávamos presentes aos professores, tamanho o carinho e o respeito pelos mesmos.
Assistir a um jogo de futebol no Pacaembú era também um programa seguro. Sentar-se ao lado do torcedor adversário era comum, não havia "as organizadas". Entravámos e saíamos pelos mesmos portões. Subíamos a escadaria da rua avaré, lado a lado, sem qualquer problema.
Nos carnavais, a lança-perfume tinha outra finalidade, o liquido geladinho e perfumado ajudava na paquera, a cada jato acionado.
As férias escolares eram esperadas com muita ansiedade. Trinta dias na Fazenda Guatapará. O duro era a volta às aulas. Se as notas nos boletins fossem boas, as férias seguintes estariam garantidas. O respeito dos alunos aos professores era algo marcante. Nunca presenciei um desacato de aluno a qualquer professor. Em épocas festivas, levávamos presentes aos professores, tamanho o carinho e o respeito pelos mesmos.
Tenho muito orgulho de ter vivido esse período mágico, que apesar das dificuldades, soubemos extrair o que a vida nos reservou de bom. Podem chamar de saudosismo ou outra coisa qualquer, que era diferente, ah...isso era.
Não podemos reclamar, vivemos em uma época de ouro......
Ronco
Um comentário:
Bela crônica Sergio.
Concordo em GNG com você.
Nós eramos felizes com tão pouco.
Tudo era melhor que hoje com certeza.
Eu por exemplo, adorava ir para a escola. Antes de entrar, todos formavam fila no pátio. A bandeira nacional era hasteada e cantavamos o hino nacional.
Acho que por isso me arrepio até hoje ao ouví-lo.
As salas de aula era um sil^ncio só. Respeito total aos professores.
As brincadeiras de rua então: passa anel, bolinha de gude,carrinho de rolemâ, festas juninas com pular fogueira e assar batata doce.
Finados, prá nós que moravamos perto do cemiterio da 4a. Parada era época de faturar uma graninha.
Passavamos o dia carregando água para as pessoas limparem os túmulos e encher os vasos para acomodar as flores.
Aff, daria prá escrever um romance imenso da boa época em que vivemos.
Postar um comentário