terça-feira, 14 de novembro de 2017

Demissões na usina Tamoio surpreendem funcionários e sindicato em Araraquara

Pelo menos 200 pessoas foram demitidas nesta segunda-feira (13). Raízen diz que falta de cana-de-açúcar motivou encerramento das atividades por dois anos.
Unidade da Usina Tamoio em Araraquara (Foto: Reprodução/EPTV)


As cerca de 200 demissões da usina Tamoio, em Araraquara (SP), surpreenderam funcionários e o sindicato da categoria nesta segunda-feira (13). A Raízen, dona da usina, alegou falta de cana-de-açúcar para o encerramento das atividades na cidade por dois anos. 


Demissões

A usina é uma das mais antigas da região e funcionou por 100 anos. Em nota, o grupo Raízen informou que a cana que já foi plantada vai ser usada em outras usinas do grupo. A assessoria de imprensa informou também que a empresa estuda transferir funcionários para outras unidades.

Outros funcionários da usina também foram dispensados, mas o sindicato rural e o de trabalhadores do transporte ainda não têm um balanço das demissões.

“A empresa nos chamou para uma reunião no dia de hoje e nós pensávamos que a empresa iria conversar sobre a reforma trabalhista, mas para a nossa surpresa foi falar sobre a demissão dos funcionários da usina Tamoio”, disse Antonio Gonçalves Filho, presidente do sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Alimentação.Funcionários tentam entender
O eletricista Bruno Gomiero Barone foi um dos demitidos e disse que a usina não apresentava sinais de que poderia fechar.

“Nossa meta de produção foi alta, teve cana, tanto que a gente moeu antes do prazo. A gente bateu [a meta] em segundo ou terceiro colocado. Não dá pra entender”, lamentou.O operador de tratamento de caldo Carlos Donizetti Françozo trabalhou por 23 anos na usina. Ele preparava o caldo da cana para ser transformado em açúcar. “A gente fica triste pelo que aconteceu. Não só por causa de mim, mas pelos meus amigos também, que perderam o emprego. Tem muitos que pegaram aquela casinha para poder pagar e, de repente, acontece isso que ninguém esperava”, disse.

O operador de caldeira José Miguel da Costa tem orgulho de contar que era bom em controlar as altas temperaturas da caldeira. Ele está desconsolado com a demissão. “Tenho 54 anos e não tenho estudo. No meu aso é zero a chance de emprego”, afirmou.

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