sábado, 13 de janeiro de 2018

A magia dos anos 70

Sergio Ronco
A geração de adolescentes que viveu os anos 70 jamais esquecerá a magia de uma época áurea, marcante e apaixonante. Foi uma década polêmica e vibrante, dos grandes movimentos como  Woodstock, quando 400 mil pessoas se reuniram durante três dias ao som de Jimi Hendrix e Janis Joplin.

Na música, as portas estavam abertas para o sucesso de muitos artistas que são lembrados até hoje. Donna Summer, Gloria Gaynor, ABBA, Bee Gees, George McCrae, Michael Jackson. Os Beatles ficaram em atividade até os anos 70.

A era dos festivais encantaram toda uma geração ligada na música. Nem mesmo a chamada Ditadura Militar, atrapalhou os movimentos orquestrados por jovens dos cabelos compridos e das calças de boca larga.

A copa do mundo com a seleção canarinho encantou o mundo levantando uma das taças mais cobiçadas do futebol internacional.

Mesmo sendo programa para os mais abastados, as boates dos anos 70 fizeram tremendo sucesso: La Licorne, Scarabociu, Cave, Vagão, Catedral do Samba, Hippopotamus, Aquárius, Hi-Fi , Mau-Mau e Dobrão. Este último de propriedade de Cassiano Gabus Mendes e do ator Hélio Souto, tido como o galã da televisão.

Aqui cabe um parênteses, Helio Souto morava na rua Albuquerque-Lins, 977, no mesmo edifício que eu morava. Hélio era casado com Maria Helena Morganti, que a conhecera em um dos filmes(Dioguinho) que foi rodado em uma propriedade da família Morganti.

Na porta do edifício Umuarama, era comum a presença de fãs à espera do ator bonitão. Certa vez ganhei do Hélio um convite para conhecer o Dobrão que ficava na Alameda Lorena, nos Jardins.

Como o convite era para um determinado dia, não via a hora que chegava o momento de poder conhecer ao vivo e em cores uma boate de sucesso e de muito glamour. Vesti minha melhor roupa, o melhor perfume, o Pinho Silvestre, sai de casa com mais de 1 hora de antecedência. Peguei o ônibus na avenida Angélica, desci na avenida Paulista e marchei até a Alameda Lorena, local do Dobrão. Era uma noite especial em que gravariam ao vivo um long play com as músicas de sucesso da boate. Logo que cheguei encontrei o Helio Souto que me colocou em um lugar privilegiado. Lembro que fiquei até fechar as portas do Dobrão, noite inesquecível e única.

As rádios: Mundial e Excelcior faziam grande sucesso na voz do Big Boy e de Antonio Celso. Passear na Rua Augusta era o charme da época. As vitrines detalhadamente enfeitadas faziam do local uma passarela de gente bonita.

O primeiro shopping, o Iguatemi foi uma inovação dos anos 60/70 que na esteira dele, vieram outros tantos. A lanchonete em frente ao Iguatemi era um ponto de encontro da moçada.

Particularmente, não citar a "Turma Jaguar", maravilhoso grupo, do qual participei, seria um pecado mortal.

Tomar café no Aeroporto de Congonhas e a sopa de cebola no ceasa, eram programas top.

A geração que vivenciou esses grandes momentos jamais esquecerá de um período majestoso, cheio de arte, cultura e realização.

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