As mulheres grávidas de Ribeirão
Bonito (SP) não conseguem realizar ultrassonografia pelo Sistema Único de Saúde
(SUS). A Secretaria Municipal da Saúde disse que não há ultrassonografista e o
equipamento precisa ser substituído, porém, o serviço é caro e o valor
repassado pelo SUS é insuficiente para atender a demanda. A indicação médica é que a
gestante faça pelo menos um ultrassom em cada trimestre da gravidez.
Exame de ultrassom (Foto: Reprodução EPTV)
“No primeiro trimestre, entre 10
a 14 semanas, é feito para detectar se há alguma coisa errada no
desenvolvimento do fetinho, bem no início; entre 22 a 24 semanas, no segundo
trimestre é feito para ver se o nenê está tendo um crescimento compatível com a
idade gestacional; e no final da gravidez, em torno da 34 semanas, faz um para
ver a vitalidade do feto”, explicou o ginecologista e obstetra Abdala Jorge
Lauand Neto.
Exame particular
Sem conseguir fazer o exame essencial na rede pública, as gestantes
estão tendo que pagar pelos exames na rede particular. Com 23 semanas
de gestação, a dona de casa Ana Julia Passarelli, pagou pelos dois ultrassons
que fez.
”Porque me falaram que demoraria no mínimo
três meses, que tinha grávida que estava tendo o bebê sem conseguir fazer o
ultrassom”, contou.
Já a dona de casa Daniela Aparecida dos
Santos conseguiu fazer um exame pelo SUS em toda a gravidez. Com 37 semanas de
gestação, gastou R$ 800 em exames para acompanhar a saúde de seu bebê. “Dizem que é uma vaga que abre em São Carlos por mês, mas nunca tem”, disse.
Mas nem todas
grávidas têm condições de pagar por pelo menos os três exames indicados. A
estudante Maria Eduarda Zampieri teve que pedir para a mãe para realizar alguns
exames. “Tem que pagar R$ 90 por cada ultrassom”, disse.
Risco para mãe e para o bebê
O exame de ultrassonografia é fundamental para acompanhar o
desenvolvimento do bebê. A não realização do exame pode impedir a descoberta de
problemas na gestação que podem comprometer a saúde da mãe e da criança. Pelo exame, é
possível descobrir se o feto tem síndromes ou doenças congênitas, fazer o
diagnóstico precoce e prevenir doenças.
“Por exemplo, se tem uma patologia
cardíaca que pode comprometer a vida do feto ao nascer, pode fazer uma cirurgia
cardíaca intrauterina e salvar a vida do bebê”, explicou Lauand Neto.
Prefeitura e SUS
A Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Bonito admitiu que o exame
não está sendo realizado na cidade por falta de profissional para operar o
equipamento, que também precisa ser trocado, porém o serviço é caro e o valor
repassado pelo SUS é insuficiente para atender a demanda.
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